As tranças afro são mais do que um estilo; são manifestações de resistência e identidade cultural. No Brasil, carregam a história de povos africanos, desde a escravidão até a contemporaneidade, quando simbolizam orgulho, ancestralidade e resiliência.
No contexto da diáspora africana, especialmente durante a escravidão, as tranças assumiram funções estratégicas. Em muitos casos, os desenhos complexos nos cabelos eram usados como mapas, ajudando os escravizados a encontrar rotas de fuga. Além disso, fios trançados podiam esconder sementes e grãos, garantindo sustento em momentos de privação. Esse resgate histórico destaca como as tranças foram e ainda são um símbolo de resiliência e luta por liberdade.

No Weda, em Itaguaí, as oficinas de tranças afro promovidas pelo projeto Cultura na Faixa têm um papel crucial, pois, além de ensinar técnicas tradicionais, oferecem oportunidades de geração de renda, fortalecendo a autoestima e a valorização cultural dos moradores. Elas incentivam o empoderamento feminino e o empreendedorismo, impactando positivamente a economia local e fomentando um ambiente de pertencimento.
Ao conectar tradição com inovação, as oficinas transformam a realidade da comunidade, ao mesmo tempo em que mantêm viva uma herança que é símbolo de resistência e beleza, reafirmando o papel fundamental da cultura na transformação social.
As tranças são uma forma de reconexão com as raízes africanas e uma resposta ao racismo estrutural, promovendo o orgulho pela ancestralidade e pela cultura. Mais do que uma tendência de moda, as tranças afro são um manifesto visual contra a discriminação e um grito de liberdade cultural.



